Na manhã desta quinta-feira (17), a Polícia Federal no Estado do Maranhão, em cooperação com a Superintendência Regional de Polícia Federal do Ceará deflagrou a operação Prunifera, com objetivo de combater o tráfico de pessoas e a situação de trabalho em condições análogas à escravidão, onde 31 vítimas do estado do Ceará foram trazidas para o Maranhão com promessas de trabalho. Entre as vítimas, duas são menores de idade.
Segundo a polícia, as propostas oferecidas eram de trabalho com alojamento e alimentação pagos pelo empregador, mas, ao chegar no destino os envolvidos constataram que foram enganados, pois o alojamento era um local sujo, sem energia elétrica, nem água encanada ou banheiro que funcionasse, sendo que as vítimas tomavam banho em um criatório de peixe, com água barrenta e malcheirosa. Além disso, as vítimas dormiam em redes na varanda ao relento, enquanto um dos suspeitos repousava dentro da casa, sozinho.
Sobre as condições de trabalho, as vítimas caminhavam cerca de 3 km até o local de extração da folha de carnaúba, sem banheiro, água proveniente de um buraco (sem qualquer filtragem), além de enfrentarem a redução da quantidade fornecida de alimentos quando a meta não era batida e uma jornada de trabalho de mais de 12 horas.
No ano passado, parte das vítimas haviam sido resgatadas pela Polícia Civil na cidade de Vargem Grande (MA) e um suspeito foi preso em flagrante. Nesta manhã (17), foram cumpridos três mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal do Maranhão, no município de Uruoca (CE).
As investigações continuam e os investigados podem responder por crimes de reduzir alguém a condição análoga à escravidão (Art. 149; do CPB) e de tráfico de pessoas (Art. 149-A, II do CPB), dentre outros, podendo a pena ultrapassar 16 (dezesseis) anos.
A Operação se chama “Prunifera”, porque o termo vem do nome científico da carnaúba, sendo copernicia prunífera.
FONTE: Comunicação Social da Polícia Federal no Maranhão