A manhã desta terça-feira (27) foi marcada por uma grande movimentação na Câmara Municipal de Imperatriz. Servidores terceirizados da educação foram ouvidos na Tribuna Popular para fazer queixas e pedir esclarecimentos sobre o atraso salarial da categoria, que até agora não recebeu o pagamento de agosto.
Mais de 250 servidores estiveram reunidos no auditório da câmara. Ao todo, cerca de mil servidores estão sofrendo com salários atrasados.
As denúncias e manifestações sobre o atraso no pagamento começaram ainda no início do mês. Pelo menos cinco protestos foram realizados em frente à prefeitura, à Secretaria Municipal de Educação e à Câmara Municipal, mas o problema continua sem solução.
Na semana passada, a prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Educação, pronunciou-se pela primeira vez sobre as denúncias.
Em nota, o município informou que está realizando os repasses para a empresa terceirizada onde os servidores trabalham, conforme a disponibilidade de recursos financeiros. Também afirmou que, nos dias 9 e 16 de agosto, foram feitos repasses que somam R$ 2 milhões e que medidas serão tomadas para regularizar o pagamento do contrato.
Os servidores, por sua vez, foram informados pela empresa que a prefeitura ainda deve repasses, e que o valor enviado pelo município foi utilizado para cobrir o rombo causado pela dívida do município.
Na Tribuna Popular de hoje, os servidores contaram que a dívida do município com a empresa contratada é de mais de R$ 20 milhões.
Por causa da falta de pagamento, os servidores estão com os serviços paralisados desde o dia 12 de agosto. A categoria é formada por cuidadores de crianças atípicas, zeladores, cozinheiros e trabalhadores que fazem o monitoramento das escolas.
Os protestos realizados pelos servidores contam também com o apoio de pais de estudantes, que compreendem as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores devido ao atraso no pagamento.
Ainda na Tribuna Popular desta terça-feira, muitos servidores relataram que estão com contas atrasadas e alguns tiveram até a energia cortada devido à falta de dinheiro em razão do não pagamento dos salários.
A Secretária Municipal de Educação, Cleomar Conceição da Silva, foi convocada para participar da Tribuna Popular na Câmara Municipal, mas não compareceu alegando incompatibilidade na agenda. No comunicado enviado à casa legislativa informando a ausência, ela disse ter reuniões agendadas com gestores. O não comparecimento da secretária gerou revolta entre os servidores presentes na Tribuna.
Agora, uma audiência pública deve ser realizada nesta quinta-feira (29), na Câmara Municipal, para discutir novamente o atraso salarial dos servidores. Desta vez, deverão estar presentes a Secretária Municipal de Educação, representantes da empresa terceirizada em que os trabalhadores prestam serviços e autoridades do Ministério Público do Trabalho e da Justiça.