Um golpista tem usado a foto de um advogado para cobrar falsas despesas relacionadas a processos de clientes em Imperatriz. Uma mulher contou que recebeu uma mensagem do criminoso informando que a justiça havia liberado um valor para ela em razão de uma causa, em que o verdadeiro advogado estava atuando.
No entanto, para receber o dinheiro, o criminoso afirmou que a mulher deveria transferir uma quantia de $ 5 mil para ele, referente a uma suposta taxa que seria paga à Receita Federal para a liberação do valor. “Eu falei a ele que eu não tinha esse valor para pagar. Então ele falou que iria transferir R$ 3.500 para o pix do contador e disse que era para eu transferir os R$ 1.500 para completar”, contou ela.
O golpista chegou a enviar um comprovante falso com a suposta transferência que ele havia feito ao contador. “No comprovante aparece o nome do advogado, como se ele tivesse feito o pix, e o nome do suposto contador”, afirma a mulher. Ela verificou que a chave pix CPF que constava no comprovante não estava no nome do verdadeiro advogado e, por isso, não fez a transferência.
Uma professora caiu um golpe semelhante, em Imperatriz. A vítima acreditou que o contato seria de seu advogado e transferiu R$ 1.700. Apesar do golpista ter acesso ao processo e outros dados pessoais da mulher, a justiça não liberou o dinheiro.
Segundo a Orde dos Advogados do Brasil (OAB), os golpistas conseguem os dados dos processos com consulta pública, por isso, usam o nome e a logomarca de escritórios de advocacia reais e ainda fornecem dados do autor da ação para fazer tudo parecer verdadeiro.
COMO OS GOLPISTAS AGEM
• Os golpistas usam nomes reais do advogado ou escritório de advocacia que já atende a vítima, muitas vezes usando a mesma foto de perfil do profissional verdadeiro, mas com um número diferente — é a clonagem de conta de WhatsApp.
• Ao entrar em contato pelo aplicativo de mensagens, os bandidos afirmam que a vítima ganhou um processo (que pode ser baseado em uma ação real);
• Para que o montante da causa seja liberado, o suposto advogado pede que a vítima faça uma transferência via PIX para um número de conta que ele informa, alegando que serão para cobrir custos do escritório com o processo.
COMO SE PREVENIR?
• Ao receber o contato do suposto advogado com uma cobrança suspeita, a pessoa entre em contato com o escritório usando o número para o qual o cliente já esteja habituado a ligar, para checar se a mensagem anterior é verdadeira.
• De mesmo modo, é importante nunca ligar para o número que enviou a mensagem ou clicar em links enviados nela.
• A OAB diz que erros de português são muito comuns nesse tipo de ação criminosa. Desde o primeiro contato via WhatsApp, os golpistas costumam dar indícios de que não são advogados ou procuradores pela linguagem que utilizam. Os erros também são encontrados nos documentos falsificados.
• Outro indício de fraude é que o a cobrança de custos pelo WhatsApp para liberação do valor ganho no processo não é o procedimento padrão adotado pela Justiça. Normalmente, isso é feito pelos canais oficiais dos escritórios.
• Se ainda assim cair no golpe, é fundamental fazer um boletim de ocorrência. Para comprovar que foi enganado pelos bandidos, é importante registrar “prints” (cópias da tela do celular exibindo as mensagens trocadas) e salvar o número da conta para a qual a transferência foi feita.