Nesta segunda-feira, 09 de setembro, está em andamento o julgamento de Ramony Rodrigues Gomes Júnior, acusado de tentativa de feminicídio qualificado contra sua ex-companheira. O julgamento ocorre no Tribunal do Júri da 1ª Vara Criminal de Imperatriz, e o crime, que chocou a comunidade local, aconteceu em 2018 no bairro Parque Alvorada II. Segundo as investigações, Ramony teria atacado a ex-companheira com golpes de faca durante uma festa, motivado por não aceitar o fim do relacionamento.
De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Estado do Maranhão, representado pelo promotor Tiago Quintanilha, titular da 8ª Promotoria de Justiça Criminal, o crime foi premeditado. Na noite do ocorrido, a vítima estava em uma confraternização quando Ramony a surpreendeu, desferindo várias facadas. O ataque foi interrompido pela intervenção de uma terceira pessoa, que, ao presenciar a cena, usou um capacete para atingir o agressor, conseguindo parar a violência. Graças à ação dessa pessoa, a vítima foi imediatamente socorrida e levada ao hospital, onde recebeu tratamento para os ferimentos.
O crime foi qualificado como tentativa de feminicídio por motivo fútil, o que, segundo a legislação brasileira, pode acarretar uma pena entre 12 e 30 anos de reclusão, caso haja condenação. O uso de faca e a surpresa da ação foram considerados elementos que agravaram a situação.
O processo teve sua última distribuição em 16 de agosto de 2018, sendo classificado como “Ação Penal de Competência do Júri” devido à gravidade do crime, configurado como homicídio qualificado, embora não tenha se consumado.
A sessão de julgamento, realizada hoje, conta com a presença de várias testemunhas-chave que ajudaram a reconstruir os fatos daquela noite. Entre elas, destacam-se um mulher que participou do socorro à vítima, e uma outra mulher que também estava presente na festa e presenciou a ação. A defesa do réu está sob a responsabilidade do advogado Lúcio Delmiro Pereira Silva, que argumenta que a motivação de seu cliente está ligada a um momento de profunda instabilidade emocional.
O caso gerou grande repercussão local, especialmente pela brutalidade da tentativa de feminicídio e pelo fato de ser mais um exemplo da violência contra a mulher. Organizações de defesa dos direitos das mulheres e coletivos locais acompanharam o caso desde o início, promovendo manifestações em apoio à vítima e exigindo justiça.
O julgamento ainda está em andamento, e espera-se que a sentença seja proferida nos próximos dias. O Tribunal do Júri terá que decidir se Ramony agiu com intenção de matar e se os agravantes apresentados na denúncia – como o motivo fútil e a surpresa do ataque – serão levados em conta para aumentar a pena. Caso seja condenado, o réu pode enfrentar uma pena de até 30 anos de reclusão.