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quinta-feira, março 28, 2024
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Imperatrizense denuncia violência obstétrica no Hospital Regional

A imperatrizense, Herlane Araújo Alencar, usou as redes sociais para fazer um relato sobre uma curetagem feita no Hospital Regional de Imperatriz, no dia 5 de julho. Segundo o relato de Herlane, ela estava grávida e sofreu um aborto espontâneo precisando passar pelo procedimento para limpar o útero, mas ela afirma que o procedimento foi realizado pela médica de forma abusiva e invasiva.

Com detalhes, Herlane afirma que foi vítima de violência obstétrica, pois mesmo demonstrando que estava sentindo dor e desconforto durante o processo, a médica não interrompeu o procedimento (LEIA O RELATO). O Imperatriz Online buscou uma resposta do Hospital Regional de Imperatriz sobre a denúncia, por e-mail, ligações e mensagens, desde a semana passada, mas até o momento não recebemos nota de esclarecimento sobre o caso.

Leia na íntegra o relato de Herlane:

” Há pouco menos de 3 anos e 5 meses eu estava aqui fazendo um dos relatos mais bonito do meu pós-parto. Diferente daquele dia, meu relato de hoje é de uma experiência totalmente diferente. Como havia dito em um post anterior, perdi o meu bebezinho. Estou aqui deitada na cama desse hospital para falar uma experiência que quero que todas as Mamães ou futuras Mamães prestem atenção. Dia 05 de Julho, através da minha última ultrassom foi constatado a necessidade de uma curetagem. Deu aquelo medo mas decidi seguir á diante para o meu próprio bem. Já estava conformada e daí por diante fiquei na espera em uma sala com uma colega que estava passando pela mesma situação. Fui muito bem tratada da recepção até chegar na sala de curetagem ou melhor, Sala do horror! Quem já assistiu jogos mortais, filmes de terror que “esquartejam” pessoas, vai saber do que eu estou falando. No entanto já começou a abalar o meu psicológico dali. Pelo o que eu soube, poucas pessoas tem acesso aquela sala, não sei se é verdade. Um lugar minúsculo que tem duas macas frias, parede  caindo pedaços de cerâmica, forro que só falta cair. Um ambiente apropriado pra desestabilizar mais ainda uma pessoa que está totalmente fragilizada por um aborto espontâneo. Até aqui, fiquei tentando me tranquilizar até chegar um Enfermeiro super Humano que meu deu todo suporte e atenção. Não sei o nome dele, mas se ele ver essa postagem só posso te dizer Muito obrigada por tudo. Até que a “DOUTORA” chegou!


Minha colega do lado começou o procedimento primeiro e fiquei à observar. Amarrando as pernas para não escorregar durante a sedação. Isso mesmo SEDAÇÃO! Na Minha vez a “DOUTORA” parou na minha frente e sem avisar Enfiou os dois dedos de uma vez com força, que me assustei. Doeu e comecei a chorar. Olhei pra ela pra ver a reação dela e ela fechou a cara e empurrou com mais força ainda e eu olhando chorando com dor mostrando que estava doendo e ela insistindo mais e apertava minha barriga sem se sentir intimidada. O Enfermeiro percebeu minha reação e tentou me acalmar perguntando se eu morava aqui e outras coisas úteis. Me cobriu pois eu estava com as pernas abertas e amarradas. Enquanto eu enxugava as lágrimas ela estava finalizando   o da colega ao lado. Daí vieram colocar oxigênio que estou  com o nariz ardendo até  agora rsrs. E enquanto o rapaz com  educação me ajeitava, a DOUTORA jogou algo frio que me assustei e ela disse: Estou limpando!. Pra quem não sabe, isso que descrevi foi uma Violência Obstétrica. Quem já passou por isso, sabe do que eu estou falando. As pessoas não podem se calar! Um ambiente que eu tinha bons relatos pra contar, hoje trago relato de dor e sofrimento. Sobre a  SEDAÇÃO não consigo nem descrever, pq foi um dos piores momentos também. Alucinações horríveis. (Até aqui escrevi deitada na cama do hospital 06/07).


Me recuperando da sedação eu chorava, quando lembrava chorava. Conversando com a Psicóloga tbm chorava. Sem dúvidas essa cicatriz vai permanecer evidente por um tempo. Fui transferida para a casa de apoio, fui muito bem atendida no local. Hoje dia 07/07 quando acordei, pensava que estava bem e comecei á chorar, escrevendo agora estou com os olhos cheio de lágrimas e aperto no coração. Aos Profissionais que atuam por Amor, minha gratidão eterna. Que atuam por necessidade e são “Humanos”, só tenho á dizer Muito Obrigada. Enquanto alguns que se entitulam como o “Melhor” deixam á desejar por esse tipo  de tratamento. Relatei isso para  algumas pessoas e conhecidos, desde o dia seguinte à curtagem e quando perguntam quem foi a Profissional só me falam a mesma coisa: Ah! Ela é assim mesmo. Ah ela tem histórico e Processos por tal atitude. Agora me diz… Só pq é uma boa profissional tem que manter mesmo sabendo o   que faz? Isso é ABSURDO!


E para encerrar só digo uma coisa: Não deixe isso passar em branco. Vocês não tem noção como o meu psicológico está Fu@$%o por tudo isso. Certamente vou precisar de uma terapia e já tomei minhas medidas“.

Cyarla Barbosa
Cyarla Barbosa
Acadêmica de Comunicação Social habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), integrante do Grupo de Pesquisa Jornalismo de Fôlego e jornalista da equipe Imperatriz Online.

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